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Indústria 4.0 & IOT – O Futuro e o Passado se encontram
Indústria 4.0 & IOT – O Futuro e o Passado se encontram
Tudo sobre IOT, Indústria 4.0, Inteligência Artificial, 5G, Drones e Robôs.
Mauro Shirasuna

Bem-vindos! Esta é a primeira postagem deste Blog e aqui vamos falar um pouco de tudo: IOT, Indústria 4.0, Inteligência Artificial, 5G, Drones, Robôs, etc. Vamos tentar desmitificar o que são estas novas tecnologias e como estas podem impactar as nossas vidas, através de textos simples, diretos e com alguma dose de bom humor. Tentaremos evitar, ao máximo, textos muito técnicos permitindo que pessoas leigas na área possam acompanhar nosso Blog. Canal no YouTube? Hum…ainda não, mas é uma boa idéia!

Atualmente, o que mais impressiona não é o surgimento de novas tecnologias, mas é a velocidade com que surgem! Mal conseguimos parar para entender o significado de uma delas e, logo em seguida, fazem o anúncio de outra tecnologia revolucionária! Um exemplo é a tecnologia 4G, que foi implantada em 2012 (menos de 10 anos), e já estamos às vésperas da 5G, que é 100 vezes mais rápida. Hoje, é assim mesmo: tecnologia com mais de 10 anos já é antiga e ultrapassada!

Esta velocidade estonteante gera em todos nós uma ansiedade, porque não conseguimos acompanhar a sua evolução. Se nem conseguimos ler o manual do nosso celular, imaginem falar de Inteligência Artificial! Mas o principal motivo desta ansiedade é uma palavra meio complicada de pronunciar: empregabilidade! Ou seja, precisamos dominar tudo isto para nos mantermos empregados? Hum…vamos deixar esta discussão para mais tarde.

Agora, vamos explicar o título do Blog. Ao mesmo tempo em que falaremos do futuro, também falaremos do passado, através das nossas experiências em 30 anos de carreira. “Olhando-se para o retrovisor” é que vamos entender muita coisa que vem pela nossa frente.

O Futuro: “Indústria 4.0”

E para começar, vamos fazer uma introdução sobre “Indústria 4.0”. Nas próximas postagens continuaremos falando deste assunto. Se existe um termo que “está na moda” é, definitivamente, “Indústria 4.0”.  Experimente usar este termo numa reunião da sua empresa ou com algum cliente. Cite os poucos conceitos que você aprenderá lendo esta postagem e garanto que você fará sucesso! Ou seja, é um conceito muito comentado, mas pouco entendido.

Mas, voltando ao assunto, quando surgiu este termo e porquê? A “Hannover Messe” é a maior feira de tecnologia industrial, realizada anualmente na Alemanha. Em 2011, durante uma conferência de imprensa, três engenheiros alemães, Henning Kagermann (um dos fundadores da SAP), Wolfgang Wahlster (professor de Inteligência Artificial) e Wolf Dieter Lukas (representante do governo Alemão) deram uma entrevista. Quando perguntados como poderiam descrever o momento atual da indústria, afirmaram que a Humanidade estava no início da “Quarta Revolução Industrial”.

Você deve estar se perguntando: “Se esta é a quarta revolução, quando foram as outras”? De forma bem resumida, a “Primeira Revolução Industrial” se deu no século 18 com a invenção da Máquina a Vapor, ou seja, foi o início da mecanização. A “Segunda Revolução Industrial” se deu entre o final do século 19 e começo do século 20 com o início da eletrificação  e a produção em larga escala das indústrias. E, finalmente, com a “Terceira Revolução Industrial” surgiu a era digital com o início da utilização de computadores eletrônicos, entre os anos 60 e 70. Sim, já existiam computadores nesta época, porém eram enormes, caros e com poder de processamento inferior ao de um celular que, hoje, você pode comprar no camelô da esquina.

Mas voltando a “Hannover Messe” de 2011, durante aquela entrevista foi lançado um termo bem simples, para sintetizar a “Quarta Revolução Industrial” e bem ao gosto dos “marqueteiros”: “Indústria 4.0”. Você pode estar intrigado com o porquê de “Indústria, quatro, ponto, zero”. Na verdade, as palavras “ponto” e “zero” não teriam necessidade e ninguém sabe o motivo! Podia ser apenas “Indústria 4” ou “Quarta Revolução”. Mas foi, provavelmente, uma bela jogada de Marketing a criação deste termo! E deu certo, por que pegou! Quem sabe, daqui há pouco, alguma empresa vai lançar o termo “Indústria 4.1” com câmbio automático…

Depois de 2011, o assunto ficou um pouco esquecido até que, em 2016, no “World Economic Forum”, evento anual que ocorre em Davos, na Suíça, reunindo os principais governantes, empresários, líderes e ativistas do mundo, a “Quarta Revolução Industrial” foi um dos temas principais do evento. Como o evento traz muita visibilidade para a imprensa mundial, o termo “Indústria 4.0” ganhou definitivamente as redes sociais e o mundo…

A “Quarta Revolução Industrial”, ou “Indústria 4.0” é um conceito amplo e aberto, mas de modo geral, tenta descrever o impacto na indústria e, por que não, em nossas próprias vidas, de uma série de novas tecnologias como IOT, Inteligência Artificial, Data Science, 5G, Robótica, Realidade Aumentada, Impressão 3D, Nanotecnologia, Drones e….ufa! Poderia enumerar ainda mais coisas.  No próximo post, continuaremos este assunto.

O Passado: “Indústria 3.0”

Eu estudei Engenharia e quando sai da Universidade, onde estava acostumado com aquela vida acadêmica tranquila, arrumei um emprego numa empresa de Automação Industrial. Logo depois de um mês de trabalho, meu chefe me colocou no time do projeto da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) que era um projeto enorme que já estava se desenrolando há um ano. Era o projeto da Reforma da Automação do Alto Forno 3 da planta de Volta Redonda.

Um pouco do retrato do que poderíamos chamar de “Indústria 3.0”.  No final da década de 80, já existia o CLP (Controlador Lógico Programável) que, até hoje, é utilizado para automação de processos industriais. Porém, os microcomputadores eram ainda raros nas empresas e fazíamos a programação com lápis e papel e depois digitávamos o programa num microcomputador que tínhamos que dividir com outros engenheiros. Aviso aos navegantes: nesta época não existia celular e a Internet ainda estava começando!

Então, se não tínhamos computadores, celular e Internet, o que tínhamos de bom naquela época? Reposta: tínhamos mais TEMPO! Até por falta de comunicação ágil, tudo ocorria de forma mais lenta. Um projeto do porte da CSN, poderia levar 2 a 3 anos, tranquilamente! Hoje, no máximo, um ano! Este é o bem mais precioso, que não temos abundante hoje.  Naquela época, tive muita sorte e tempo suficiente para aprender com os engenheiros mais antigos várias técnicas, conceitos e “macetes” durante o projeto.

Assim era a “Indústria 3.0”: existiam poucas tecnologias inovadoras e que estavam evoluindo numa velocidade ainda lenta, permitindo a seu aprendizado e absorção.

Para finalizar o relato do projeto, ainda lembro da minha primeira viagem para a CSN. Fui sozinho de carro para Volta Redonda e cheguei à noite. A primeira imagem que tive foi da usina operando de noite: era enorme, muitas luzes, fumaça, pessoas transitando e os Alto Fornos enormes dominando a paisagem. Sendo muito sincero, “morri de medo”, para não dizer outra coisa…Era muita responsabilidade para um recém-formado.

Felizmente, os engenheiros mais experientes chegaram na outra semana e começamos os preparativos para a partida dos sistemas de automação. Fiquei cerca de dois meses em Volta Redonda e voltei para o escritório em São Paulo enquanto os demais engenheiros permaneceram na planta. Depois de alguns meses, sai desta empresa para trabalhar em outra. Infelizmente, mais tarde, fiquei sabendo de um grave acidente. Em maio de 1989, houve a explosão do Regenerador do Alto Forno 3 da CSN, cuja automação era responsabilidade de outra empresa e não da empresa onde trabalhei. A explosão projetou tijolos refratários a mais de um quilometro de distância, fazendo duas vítimas fatais e um prejuízo de US$ 10 milhões para a CSN. Um ex-colega ainda estava trabalhando no local e se queimou gravemente. Felizmente, ele se recuperou depois de algum tempo internado. Assim que pude, fui visitá-lo no hospital.

É assim mesmo, na área de Automação Industrial. Um dia, você pode automatizar uma máquina para empacotar chocolate e, noutro dia, automatizar um Alto Forno! No caso da máquina, você pode perder um lote de chocolate. No Alto Forno, bem… aí a coisa é diferente!

Mesmo assim, a nossa profissão é apaixonante! Até o próximo Blog!

Mauro Shinasuna
Product Manager
É Engenheiro Elétrico formado pela Escola Politécnica da USP e com Especialização em Administração Industrial pela Fundação Vanzolini da USP. Possui mais de 30 anos de experiência no setor de Automação Industrial com passagens em diferentes empresas como Nestlé, Heineken, Rockwell Automation. Atualmente, é Product Manager da Delta Eletronics Brasil.
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